A ansiedade no trabalho e a terapia cognitivo comportamental

Diante da pressão exercida no ambiente de  trabalho, algumas pessoas ultrapassam os seus  limites e desenvolvem distúrbios mentais, como a  ansiedade exagerada. A ansiedade é uma  característica do organismo em relação às situações  de adaptação. Contudo, em alguns indivíduos, essa  ansiedade pode causar distúrbios mentais que  prejudicam o desempenho satisfatório no setor de  trabalho. A psicoterapia cognitivo-comportamental demonstra uma eficácia notável em termos de  resultados clínicos. 

Há um excesso de pessoas que estão se  sentindo ansiosas no trabalho devido a diversos  fatores. A globalização, a evolução tecnológica e a  adaptação ao novo conceito de papel profissional  estão aumentando as expectativas e, ao mesmo  tempo, as frustrações em relação aos seus  desempenhos profissionais poderiam ser algumas  explicações. 

A ansiedade é um sentimento vago que  desperta a expectativa de acontecimentos futuros, o  que causa tensão e desconforto, estimulando o  pensamento negativo e, às vezes, catastrófico.  Ansiedade é uma reação natural do nosso organismo  às situações que percebemos como ameaçadoras  ou desafiadoras. Pode ser benéfica em pequenas  doses, mas, se for excessiva, pode causar danos à  saúde mental e física (APA, 2014). A ansiedade exagerada estimula a pessoa a sofrer de forma  intensa, o que resulta em diversos sintomas,  observamos nas respostas físicas: sudorese, falta de  energia, enxaqueca, palpitações, problemas  estomacais e outros. Nos aspectos cognitivos, é  possível notar a velocidade do pensamento, a  dificuldade de tomar decisões, os medos constantes  e a falta de atenção aos acontecimentos. Em termos  de comportamento, é possível perceber a apatia nos  movimentos psicomotores, a dificuldade de  expressão e a fuga ou esquiva diante de desafios  (CLARK e BECK, 2014). 

A psicoterapia cognitivo-comportamental é  eficaz na reestruturação dos pensamentos,  sentimentos e comportamentos, reduzindo os  sintomas e as taxas de ocorrência de transtornos  ansiosos (Beck, 2008).

Diante do que foi apresentado, é possível  notar que a Terapia Cognitivo-Comportamental é  uma abordagem direcionada no tratamento do  Transtorno de Ansiedade, uma vez que estudos têm  sido conduzidos e a sua eficácia foi comprovada. O  objetivo deste texto foi apresentar a eficácia da  terapia cognitivo comportamental na diminuição da  ansiedade excessiva e as suas consequências  negativas no corpo e na mente. A psicoterapia  cognitivo-comportamental tem uma estrutura focada no problema do paciente e técnicas objetivas  direcionadas à ansiedade. É importante salientar que  o psicólogo que trabalha com essa perspectiva não  apenas aplica técnicas e procedimentos, como  também demonstra calor humano, empatia, vínculo  afetivo e compreensivo com relação às  necessidades dos pacientes. Dessa forma, o  processo psicoterapêutico será enriquecedor,  estimulando o repertório comportamental do  paciente que o tornará mais seguro diante das  dificuldades da vida e a conquistar a liberdade  pessoal para motivar os aspectos positivos da  personalidade. 

Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION.  Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos  Mentais – DSM-5. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 

Beck, A.T., Rush, A.J., Shaw, B.F. & Emery, G.  (1997). Terapia cognitiva da depressão. Porto  Alegre: Artes Médicas.  

CLARK, D.A.; BECK, A. T. Vencendo a ansiedade e a preocupação com a terapia cognitivo comportamental: manual do paciente. Porto Alegre:  Artmed, 2014. 

Dattilio, F. M. & Freeman, A. (1998). Introdução à  terapia cognitiva. Em A. Freeman & F. M. Dattilio  (Orgs.), compreendendo a terapia cognitiva (p. 19- 28). Campinas: Editorial Psy.

Adriano Nicolau da Silva, Psicoterapeuta, Neuropsicopedagogo e Neuroeducador. Graduado em Psicologia e Filosofia. Especialista nas áreas de educação e clínica. Uberaba, MG. Colunista do Factótum Cultural. E-mail: adrins@terra.com.br.