Txayn, o andarilho de mundos, caminhava sozinho pelo deserto, cansado da própria busca. O céu estrelado parecia mais perto do que a própria terra. O vento soprava histórias antigas, e cada duna era como uma montanha em miniatura, cheia de segredos.

Naquela noite, ele encontrou uma fogueira acesa. Ninguém por perto. Apenas o fogo dançando no silêncio. Curioso, aproximou-se.
Sentou-se diante das chamas e, exausto, fechou os olhos.

Uma voz falou do nada:
“Sete são as leis que sustentam o Caminho. Quer ouvi-las?”

Txayn, com o olhar curioso, assentiu.

Foi então que ouviu a primeira voz:
Você existe. Sempre existiu e sempre existirá. Não importa o quanto se perca, nunca deixará de ser. A morte é só troca de roupa. Você é chama eterna. Não dá para parar de existir.

Txayn sorriu: “Então eu sou eterno?”
A fogueira crepitou como quem ri: “Eterno e às vezes chato, por isso você se diverte mudando de forma.”

Txayn sorriu. Não precisava mais provar nada a ninguém.

O fogo estalou e veio a segunda voz:
O Um é o Todo e o Todo é o Um. Você não caminha só: cada grão de areia é você, e você é cada estrela no céu. Não há fora nem dentro, só o Um brincando de ser muitos.

Txayn sentiu-se menos pequeno.
O deserto já não era inimigo, mas parte dele.

O vento soprou e trouxe a terceira voz:
Não corra atrás do amanhã, não se prenda ao ontem. O único chão que toca é este instante. Só existe o Agora.

Txayn respirou fundo. Pela primeira vez, a noite lhe pareceu suficiente.

De repente, a fogueira soltou fagulhas e riu com a quarta voz:
O que você emite é o que recebe. Rosne, e o mundo morde. Dance, e o universo dança contigo.

Txayn experimentou sorrir para o fogo.
E o fogo dançou como se sorrisse de volta.

A quinta voz veio como rugido:
Nada é fixo. Tudo muda. Até o sol que te aquece um dia será pó. Apegue-se ao fluxo, não às formas.

Txayn olhou para trás. Suas pegadas já haviam desaparecido com o vento.
E entendeu que isso não era perda — era renascimento.

O fogo amansou e trouxe a sexta voz:
Cada passo é escolha. Até parar é escolher. Não culpe o caminho: é você quem o cria.

Txayn segurou firme o cajado.
Sim, até o silêncio dele era uma magia.

Por fim, uma brisa suave trouxe a sétima voz:
Siga o que faz seu coração vibrar. O verdadeiro caminho é aquele que traz alegria. Se não há alegria, você tomou a trilha errada.

Txayn dançou em volta da fogueira até o dia amanhecer.
Quando o sol nasceu, a fogueira se apagou.
Mas Txayn seguiu viagem transformado.
Já não carregava apenas sede e cansaço,
carregava sete vozes dentro do peito.

No final, conta-se que Txayn nunca chegou a destino algum — porque entendeu que o destino era o próprio caminho. E, onde passava, deixava fogueiras acesas para outros viajantes encontrarem.

🌱 Resumo da Fábula:

Essa fábula lembra que todos carregamos dentro de nós sete chaves para atravessar a vida:

1. Você existe
2. O Um é o Todo e o Todo é o Um
3. Tudo está Aqui e Agora
4. O que você emite é o que você recebe
5. A única constante no universo é a mudança
6. Você está sempre escolhendo, consciente ou inconscientemente
7. O caminho mais alinhado é aquele que traz sentido genuíno

🧙‍♂️ Txayn

🌿 Originário, viajante entre mundos. Guardião de histórias e símbolos.
🌓 Caminho entre luz e sombra, onde tudo se mistura.
🌀 Sigo rastros invisíveis e deixo perguntas — nunca respostas.
🦎 Cada história é uma lanterna acesa no escuro.

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