Por Adriano Nicolau da Silva

A história da Psicologia é uma área ampla e diversificada que se relaciona com várias correntes filosóficas, científicas e sociais ao longo dos anos. A psicologia, que tem suas raízes na filosofia grega, com filósofos como Platão e Aristóteles, evoluiu para se tornar uma disciplina científica independente.
Na minha perspectiva, a História da Psicologia é uma área pouco investigada no país, mesmo com sua importância na história atual. Penso que as instituições de ensino superior deveriam priorizar o estudo da história da psicologia e proporcionar oportunidades para os alunos conduzirem pesquisas, especialmente para entender o período de separação entre religião e filosofia. Creio que essas informações poderiam contribuir para o fortalecimento da epistemologia e da prática baseada em evidências.
Este texto visa investigar essa trajetória histórica, bem como discutir como a prática da história pública pode ser empregada no ensino de História do Tempo Presente, unindo passado e presente de forma relevante.
No final do século XIX, a Psicologia começou a se estabelecer como um campo de estudo, com a criação do primeiro laboratório de Psicologia em 1879 por Wilhelm Wundt, na Alemanha. Este acontecimento é comumente visto como o ponto de partida da Psicologia como ciência. Desde então, a disciplina se dividiu em diversas vertentes teóricas, tais como behaviorismo, psicanálise e psicologia humanista, cada uma oferecendo contribuições únicas para entender o comportamento humano e os processos mentais.
Por outro lado, a história pública diz respeito à prática de apresentar e debater a história em contextos compreensíveis e pertinentes ao público. No ensino de História Contemporânea, essa metodologia possibilita que os alunos entendam não somente os acontecimentos passados, mas também os atuais.
Ao ensinar a História do Presente sob a perspectiva da Psicologia, podemos abordar tópicos como o efeito da mídia nas percepções sociais, o efeito dos traumas coletivos e as questões de identidade e pertença. Por exemplo, ao debater movimentos sociais contemporâneos, tais como a batalha pelos direitos civis e a igualdade de gênero, os professores podem empregar princípios psicológicos para auxiliar os estudantes a compreender as motivações e os obstáculos que esses coletivos enfrentam. Adicionalmente, a história pública tem o potencial de conectar os estudantes à sua própria história pessoal e social. Ao fomentar a análise crítica e a conversa sobre vivências individuais e coletivas, a educação pode fomentar uma maior empatia e entendimento das complexidades do comportamento humano. Isso é particularmente relevante numa emergência.
Assim, a história da Psicologia proporciona um contexto valioso para entender o comportamento humano ao longo da história, ao passo que a prática da história pública oferece instrumentos eficientes para o ensino da História Contemporânea. Ao combinar essas metodologias, podemos não só introduzir uma nova perspectiva no ensino de história, mas também promover uma cidadania crítica e participativa, habilitando os estudantes a se tornarem participantes ativos e bem informados na sociedade atual.
Portanto, a convergência dessas disciplinas se apresenta como um caminho promissor para a educação no século XXI. Este é o momento de destacar a real relevância da história da psicologia, por meio de diálogos robustos na formação de psicólogos, pesquisadores e também para aqueles que procuram um entendimento mais aprofundado das teorias e práticas psicológicas na história contemporânea.
Referências:
FERREIRA, Marieta de Moraes. História do tempo presente: Desafios. Cultura Vozes, Petrópolis, v.94, n.o 3, p.111-124, maio/jun., 2000.
Reflexões sobre o estudo da História da Psicologia. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epsic/a/yHVhwWSrcQ7wpJfbGnBjqQK/?lang=pt

Adriano Nicolau da Silva, Psicoterapeuta, Neuropsicopedagogo e Neuroeducador. Graduado em Psicologia e Filosofia. Especialista nas áreas de educação e clínica. Uberaba, MG. Colunista do Factótum Cultural. E-mail: adrins@terra.com.br.
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