Burnout no Trabalho

É fundamental priorizar a qualidade de vida,  considerando o lazer, os relacionamentos afetivos, a  saúde mental e física, além do ambiente de trabalho. 

Atualmente, é visível o aumento de problemas de  saúde mental e física em decorrência da pressão  excessiva, tanto interna quanto externa, que tem levado  à exaustão e desânimo. A ocupação é um aspecto  inerente ao ser humano, motivando-o a compreender a si  e aos demais, sendo uma interação tanto consigo mesmo  quanto com os outros na procura por identidade e  contentamento ao cumprir obrigações. É preciso  reconhecer que existem limites em todas as atividades  que realizamos, e ao negligenciarmos essa dinâmica,  estamos sujeitos ao desenvolvimento da síndrome de exaustão no trabalho. Aqueles que vivem essa síndrome,  entendem o quanto ela drena a energia, levando ao  esgotamento tanto mental quanto físico. 

Os dados indicam uma quantidade alarmante de  indivíduos com síndrome de “burnout” no território  brasileiro, o que prejudica a capacidade de desempenho  no ambiente laboral. São inúmeros os cidadãos que  enfrentam esse problema e estão sujeitos a desenvolver  outras condições de saúde, tais como: depressão,  transtorno de pânico, ansiedade generalizada e  disfunções metabólicas, como pressão arterial elevada,  obesidade e diabete tipo dois. Essa síndrome laboral, conforme a OMS, é atribuída como uma das principais  causas da ausência do profissional no trabalho, isto pode  explicar a necessidade de as Instituições pensar em  projetos psicoeducacionais estimulando a saúde mental.  Para isso, existem algumas sugestões que poderiam ser:  psicoterapia breve, dinâmica de grupo, roda de conversa,  orientação vocacional/profissional, aconselhamento e o papel do psicólogo com prática clínica contribuindo de  forma significativa.  

Segundo em observações clínicas é possível  entender alguns estímulos desencadeantes provocadores  da síndrome de “burnout”. Entre eles, destaco o  comportamento de alguns funcionários que vão além dos  seus limites na tentativa de corresponder a uma  necessidade de aprovação. A despersonalização  emocional e o excesso de responsabilidade, falta da  convivência familiar, social, o sentimento de perda,  abandono afetivo e sintomas de depressão como a perda  do sentido daquilo que era significativo na vida pessoal e  profissional, são elementos imprescindíveis na análise  comportamental. 

E importante destacar que cada pessoa  corresponde a síndrome de maneira própria. Algumas desenvolvem problemas físicos como dores de cabeça,  alterações no apetite, insônia, dores musculares, sintomas estomacais e outras já desenvolvem alterações  psicológicas como o negativismo, sentimentos de  incompetência e alterações de humor, problemas  cognitivos como a perda de memória, falta de  concentração e dificuldade para tomar decisões. Outro  grupo de pessoas desenvolvem sintomas mistos e de  forma permanente, dificultando o entendimento do  diagnóstico. 

Conclusões  

Neste texto a intenção foi oferecer ao leitor  algumas nuances da síndrome de “burnout” que  incapacita muitos trabalhadores. É importante salientar  que mesmo diante dos déficits que causam no  comportamento de quem vive o problema, existem  tratamentos. As empresas precisam se sensibilizar para a  saúde mental do trabalhador, visto que grande causa do  absenteísmo é por consequência da síndrome de “burnout” causadora do estresse intenso. As pessoas que  desenvolvem de forma lenta e gradativa no ambiente  laboral esse transtorno mental, acabam minando a  autoestima e a motivação, refletindo no comportamento  profissional negativamente. 

E você, como administra a sua saúde mental? 

Fontes:  

MASLACH, C.; SCHAUFELI, W. B.; LEITER, M. P. Job  burnout. Annual Review of Psychology, v. 52, p. 397- 422,  2001. 

Organização Mundial da Saúde (OMS). Estatísticas  mundiais de saúde 2017: Monitoramento da saúde para  os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).  Genebra, Suíça, 2017.