Este texto pretende introduzir ao leitor os conceitos  essenciais dessa forma de terapia psicológica. Na terapia  cognitivo-comportamental, nota-se que os pensamentos  têm impacto nas emoções e nos padrões de  comportamento, da mesma forma que os comportamentos  podem reagir ao ambiente e provocar certos pensamentos  e sentimentos. “Os homens não se importam com as coisas que  ocorrem, mas sim com as opiniões sobre elas ̈”(Epitectus, 1991). 

No ano de 1960, o professor Aaron T. Beck  começou a pensar em reestruturar uma abordagem  psicoterapêutica com base nas suas experiências clínicas.  Foi influenciado pelos teóricos: a Terapia Racional-Emotiva de Albert Ellis (Ellis,1962), Michael Mahoney  (1991), Vittorio Guidano e Giovanni Liotti (1983), todos  eles desenvolveram métodos e práticas epistemológicas  com base na evidência da abordagem cognitivo comportamental. 

A psicoterapia de Beck é breve, estruturada,  focada no cliente e no seu presente. Beck começou a  desenvolver os seus estudos focando na depressão,  incentivando os seus pacientes a resolverem os seus  problemas de forma espontânea utilizando a técnica da  “reestruturação cognitiva”, e promovendo o exercício da  assertividade dos comportamentos mal-adaptados. Com  experiências adquiridas ao longo do tempo, percebeu que  a sua terapia poderia ajudar com diversos outros problemas  relacionados aos transtornos psicológicos. Segundo Beck,  1995/1997, é crucial destacar a importância da  interpretação da situação para compreender os  sentimentos, pensamentos e atitudes que interagem de  forma dinâmica, gradativa e automática. Neste ponto, a  avaliação funcional do comportamento como resultado da história emocional e organização da personalidade  fornecerá dados sobre os caminhos que o terapeuta irá  trilhar. (Beck, 1964; Ellis, 1962). 

O tratamento psicológico é dinâmico e requer do  psicoterapeuta cuidado constante em relação ao paciente,  analisando o sistema de crenças irracionais, a percepção de  si, do outro e do mundo, além do processo empático, que  inclui a gentileza, respeito e segurança, baseados em  habilidade, confiança e eficácia. 

O foco da atenção nos problemas é de forma  diretiva, tendo em vista as diversas situações de vida do  paciente, incluindo a compreensão do momento de  vulnerabilidade e a expressão de crenças irracionais  consideradas absolutas e imutáveis. Por exemplo, algumas  verbalizações de pacientes. “Será sempre assim”; “Sou  assim e nunca vou mudar”. 

Essas crenças absolutistas causam sofrimento e o  paciente as empregam em situações ambíguas não  estruturadas em que a vulnerabilidade emocional é  evidente. Geralmente, são crenças que envolvem o desamparo emocional, causando pensamentos negativos  de forma automática e repetitiva, formando uma cadeia  inconsciente. Quando o paciente reforça a interpretação  para estímulos condicionados de forma persistente, esse  processo mental pode causar desconforto emocional e  sofrimento intenso. 

Assim sendo, o psicólogo que atua na área  cognitivo-comportamental, tendo conhecimento da  história emocional, cognitiva e comportamental do  paciente, será capaz de identificar e avaliar a interpretação  dos estímulos causadores, facilitando a reestruturação da  sua percepção do ambiente, dos eventos e de si em relação  aos fenômenos percebidos. 

Portanto, ao longo do tempo, o paciente se torna o protagonista da sua existência, o que lhe proporciona a sensação de viver e conviver com as adversidades e as  oportunidades que surgem na sua existência. Aaron Beck  examinou as raízes da TCC e descobriu que crenças e  pensamentos profundos são as principais causas do  desconforto emocional. Além disso, a sua pesquisa é baseada em dados confiáveis. Este texto discute as  maneiras pelas quais a psicoterapia (TCC) pode ser útil  para pessoas que lidam com problemas emocionais. O uso  combinado de terapia cognitiva e técnicas  comportamentais pode ajudar o paciente na vida  biopsicossocial e melhorar a percepção de suas  potencialidades pessoais e profissionais. 

Referência

BECK, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática.  Tradução de Sandra Costa. Porto Alegre: ARTMED,  1997.

Adriano Nicolau da Silva, Psicoterapeuta, Neuropsicopedagogo e Neuroeducador. Graduado em Psicologia e Filosofia. Especialista nas áreas de educação e clínica. Uberaba, MG. Colunista do Factótum Cultural. E-mail: adrins@terra.com.br.

Tendência