O que são os elogios se não um destacar do outro sobre as habilidades que temos em nós consciência?

Recentemente refleti sobre o modo como as pessoas discutem e buscam
aceitação sobre quem são. Constantemente lutamos para ter o nosso espaço em um ambiente que não nos pertence, pois somos transitórios.

Vivemos com um receio do pensamento alheio sobre as atitudes e decisões que tomamos, sem darmos conta que logo seremos apenas um retrato na parede de alguém, depois nem isso. Temos consciência do fim, porém vivemos como se não soubéssemos que ele chegará.

Estamos em um mundo de constante mudança, onde só é fixa a certeza de que em algum momento vamos passar por mais uma, ocasionando a metamorfose que torna o ser humano diferente dos demais animais que habitam este planeta.

E o mais interessante é que julgamos as pessoas que estão estabilizadas e vivem uma rotina, pois acreditamos que elas não sabem o gosto da aventura… enquanto buscamos uma rotina estabilizada que nos afaste da aventura. Somos um constante paradoxo.

Porém, nada mais gratificante é ver o fruto das suas decisões e do seu trabalho. É recordar e ver que quem passou por ti não te esquece, e busca de modo frenético voltar a cruzar teu caminho.

Hoje ouvi que sou excelente.

Ser constante e metamorfose nos proporciona reconhecer que existe hora de mudar e hora de calmaria. É entender que precisamos buscar um ponto de paz, sem nos limitar à frustração de dias iguais e sem brilho.

Mas para ter o equilíbrio devemos compreender a força da aceitação e do elogio, não do outro mas a própria.

Já pensou no quanto de poder damos a quem nem conhecemos quando deixamos de fazer algo por receio da opinião alheia? Como elevamos pessoas ao permitir questionar a nossa dedicação com uma palavra (seja crítica ou elogio)? Em quais pedestais colocamos quem nos ridiculariza e nos molda aos seus próprios gostos?

Somos seres repletos de luz e criatividade, prontos para mergulhar na imensidão dos nossos desejos, mas que não saímos da areia por medo de tomar um banho de maledicências e críticas.

Vivemos à mercê da nossa própria alegria, buscando a aprovação do mundo, enquanto o mundo, lentamente, esquece quem nós somos.

Assim se desfaz o bordado da vida, onde a cada ponto marcamos os detalhes da nossa história, com um desejo de que seja exporta ao mundo para sermos lembrados pela eternidade.

Iara Aparecida Dams, Professora do ensino fundamental I no Colégio Santos Anjos – PU. Graduada em Letras: Português/Espanhol (UNESPAR). Pós-graduada em Alfabetização, Letramento e Literatura Infantil (UNINA). Cursando Pedagogia (UNIASSELVI). Poetisa e escritora. Colunista do Factótum Cultural.

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