por Adriano Nicolau da Silva

Sempre na história ocorreram as mudanças e as transformações no pensamento humano. O homem se encontra em constantes transformações e sabemos que, na sua essência, necessita desse movimento para adaptar-se a sua própria natureza. A percepção se transforma conforme as demandas do meio ambiente e de uma contínua revolução interna. Vários estudiosos tentaram e ainda tentam desvendar e compreender o homem nas demandas psíquicas, afetivas e comportamentais representadas pela motivação, necessidade de segurança e adaptação para uma “vida melhor”. As várias indagações envolvendo o conhecimento remetem a pensar na sua interpretação, intuição e experimentação. Cada pensador defende uma explicação filosófica com estratégias de entendimentos de um jogo mental extremamente complexo, em que os movimentos das peças são verdadeiros, quebra-cabeças com o propósito de contribuir com uma vida boa. Na história da filosofia, assim como, na psicologia, alguns homens destacaram-se pelos seus exercícios intelectuais para alcançarem uma compressão de “si” e do “ser” nas relações sociais e de trabalho.
A filosofia moderna é aquela que se destacou nos séculos XV, XVI, XVII, XVIII e XIX e não podemos deixar de destacar o filosofo René Descartes com a sua sapiência em fundir a álgebra com a geometria, conduzindo-nos a pensarmos na geometria analítica e o sistema de coordenadas. O pensador, Descartes é considerado o filósofo matemático mais influente pelo seu destaque como racionalista da idade moderna.
Outros grandes pensadores da era moderna são os filósofos, John Locke, Davi Hume e Immanuel Kant.
John Locke não acreditava em ideias inatas, alegava que o conhecimento poderia ser uma consequência dos sentidos. Para ele, o empirismo se destacava no conhecimento humano e se preocupava em pensar na identidade do homem através do encontro com o seu próprio “Self”. “Consegue-se definir a identidade através da observação e da experiência e não através das ideias, dizia ele”.
O pensamento de Hume é importante na contemporaneidade por influenciar fortemente o filósofo Kant na filosofia analítica e também sobre a fenomenologia. Hume negou a causalidade, segundo ele, quando presenciamos dois eventos acontecerem conjuntamente, tende-se a criar uma expectativa de que quando o primeiro acontece o segundo seguirá.
Atrevo-me a citar o grande filósofo Immanuel Kant que se destacou pela sua sabedoria e audácia ao revolucionar o pensamento humano com na sua teoria. Kant citou, nas suas explicações, a complexidade dos juízos sintéticos a priori não poder ser explicados pela linearidade da matemática, o espaço e tempo são entendidos pela intuição e não por conceitos. O espaço é a priori e não se obtém da experiência o juízo, porque ele é subjetivo. Podemos analisar uma obra de arte segundo a sensibilidade do sujeito e cabe a posteriori entender e interpretar os fenômenos emanados da mente humana. Para Kant o conhecimento não parte necessariamente da pura razão ou do empirismo, mas da própria condição subjetiva do homem com as suas várias facetas psíquicas, incluindo a intuição e a interpretação.
O homem atual está sem direção. Nunca se prestou tanta atenção para os bens materiais (posses) e em dois ou três rendimentos financeiros para a manutenção de infinitas necessidades. Estamos vivendo uma crise de percepção e não temos um conceito claro de valores na nossa sociedade. Criam-se as necessidades e são imediatamente satisfeitas para não haver frustração. Os pais estão perdidos em ensinar e encaminhar os seus filhos para uma vida digna de valores e ética. Ao sermos testemunhas de tantas aberrações dos nossos dirigentes políticos, nos sentindo impotentes com a total falta de discernimento para quem vão governar.
Cabe aqui uma reflexão. Será que necessitamos urgentemente de alguém como Nietzsche “Chefe de Estado” e alavancar a potência humana para algo que transcende os valores sociais, culturais do mundo contemporâneo e libertar os homens dos seus entorpecimentos mentais?
Nietzsche afirma nos textos de 1881:
E sabeis… o que é para mim o mundo”? … Este mundo:
uma monstruosidade de força, sem princípio, sem fim,
uma firme, brônzea grandeza de força… uma economia
sem despesas e perdas, mas também sem acréscimos,
ou rendimento, … Mas antes como força ao mesmo
tempo, um e múltiplo, … Eternamente mudando,
eternamente recorrentes… partindo do mais simples ao
mais múltiplo, do quieto, mais rígido, mais frio, ao mais
ardente, mais selvagem, mais contraditório consigo
mesmo, e depois outra vez… esse meu mundo
dionisíaco do eternamente-criá-la-si-próprio, do
eternamente-destruí-la-si-próprio, sem alvo, sem
vontade… Esse mundo é a vontade de potência — e
nada, além disso! E também vós próprios sois essa
vontade de potência — e nada, além disso!
Nietzsche alega a vontade de poder, como algo que parte do próprio homem. A vontade não está contida no Estado, Religião ou no Governo, mas na motivação em querer se tornar um super-homem. Sendo assim, investir na própria educação pode ser um caminho que irá conduzir-nos a uma tomada de consciência para a realização de sonhos e colocarmos em prática uma arquitetura viável aos que queiram se tornar homens lúcidos capazes de criticarem este mundo contemporâneo para alavancar mudanças de melhora na vida de cada um.
E você, como utiliza a filosofia no dia-a-dia?
“Todo o conhecimento implica em poder”.
Friedrich Nietzsche.
Bibliografia:
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2001.
EMPIRISMO. <Http://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/empirismo.htm> PEREZ, D. O. Kant e o problema da significação. Curitiba: Editora Champagnat, 2008.
FERNANDES, Marcos Sinésio Pereira e Moraes, Francisco José Dias. Sobre a tradução. In: NIETZSCHE, Friedrich. Vontade de Poder. RJ: Editora Contraponto, 2008. P. 15-20.
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é o Esclarecimento? http://br.geocities.com/eticaejustica/esclarecimento.





