Sempre na história ocorreram as mudanças e as transformações  no pensamento humano. O homem se encontra em constantes  transformações e sabemos que, na sua essência, necessita desse  movimento para adaptar-se a sua própria natureza. A percepção se  transforma conforme as demandas do meio ambiente e de uma  contínua revolução interna. Vários estudiosos tentaram e ainda tentam  desvendar e compreender o homem nas demandas psíquicas, afetivas  e comportamentais representadas pela motivação, necessidade de  segurança e adaptação para uma “vida melhor”. As várias indagações  envolvendo o conhecimento remetem a pensar na sua interpretação,  intuição e experimentação. Cada pensador defende uma explicação  filosófica com estratégias de entendimentos de um jogo mental  extremamente complexo, em que os movimentos das peças são  verdadeiros, quebra-cabeças com o propósito de contribuir com uma  vida boa. Na história da filosofia, assim como, na psicologia, alguns  homens destacaram-se pelos seus exercícios intelectuais para  alcançarem uma compressão de “si” e do “ser” nas relações sociais e  de trabalho. 

A filosofia moderna é aquela que se destacou nos séculos XV,  XVI, XVII, XVIII e XIX e não podemos deixar de destacar o filosofo  René Descartes com a sua sapiência em fundir a álgebra com a  geometria, conduzindo-nos a pensarmos na geometria analítica e o  sistema de coordenadas. O pensador, Descartes é considerado o  filósofo matemático mais influente pelo seu destaque como racionalista  da idade moderna. 

Outros grandes pensadores da era moderna são os filósofos, John  Locke, Davi Hume e Immanuel Kant.

John Locke não acreditava em ideias inatas, alegava que o  conhecimento poderia ser uma consequência dos sentidos. Para ele, o  empirismo se destacava no conhecimento humano e se preocupava em  pensar na identidade do homem através do encontro com o seu próprio  “Self”. “Consegue-se definir a identidade através da observação e da  experiência e não através das ideias, dizia ele”. 

O pensamento de Hume é importante na contemporaneidade por  influenciar fortemente o filósofo Kant na filosofia analítica e também  sobre a fenomenologia. Hume negou a causalidade, segundo ele,  quando presenciamos dois eventos acontecerem conjuntamente,  tende-se a criar uma expectativa de que quando o primeiro acontece  o segundo seguirá.  

Atrevo-me a citar o grande filósofo Immanuel Kant que se  destacou pela sua sabedoria e audácia ao revolucionar o pensamento  humano com na sua teoria. Kant citou, nas suas explicações, a  complexidade dos juízos sintéticos a priori não poder ser explicados  pela linearidade da matemática, o espaço e tempo são entendidos pela  intuição e não por conceitos. O espaço é a priori e não se obtém da  experiência o juízo, porque ele é subjetivo. Podemos analisar uma obra  de arte segundo a sensibilidade do sujeito e cabe a posteriori entender  e interpretar os fenômenos emanados da mente humana. Para Kant o  conhecimento não parte necessariamente da pura razão ou do  empirismo, mas da própria condição subjetiva do homem com as suas  várias facetas psíquicas, incluindo a intuição e a interpretação. 

O homem atual está sem direção. Nunca se prestou tanta  atenção para os bens materiais (posses) e em dois ou três rendimentos  financeiros para a manutenção de infinitas necessidades. Estamos  vivendo uma crise de percepção e não temos um conceito claro de  valores na nossa sociedade. Criam-se as necessidades e são  imediatamente satisfeitas para não haver frustração. Os pais estão  perdidos em ensinar e encaminhar os seus filhos para uma vida digna  de valores e ética. Ao sermos testemunhas de tantas aberrações dos nossos dirigentes políticos, nos sentindo impotentes com a total falta  de discernimento para quem vão governar. 

Cabe aqui uma reflexão. Será que necessitamos urgentemente  de alguém como Nietzsche “Chefe de Estado” e alavancar a potência  humana para algo que transcende os valores sociais, culturais do  mundo contemporâneo e libertar os homens dos seus entorpecimentos  mentais?  

Nietzsche afirma nos textos de 1881: 

E sabeis… o que é para mim o mundo”? … Este mundo:  

uma monstruosidade de força, sem princípio, sem fim,  

uma firme, brônzea grandeza de força… uma economia  

sem despesas e perdas, mas também sem acréscimos,  

ou rendimento, … Mas antes como força ao mesmo  

tempo, um e múltiplo, … Eternamente mudando,  

eternamente recorrentes… partindo do mais simples ao  

mais múltiplo, do quieto, mais rígido, mais frio, ao mais  

ardente, mais selvagem, mais contraditório consigo  

mesmo, e depois outra vez… esse meu mundo  

dionisíaco do eternamente-criá-la-si-próprio, do  

eternamente-destruí-la-si-próprio, sem alvo, sem  

vontade… Esse mundo é a vontade de potência — e  

nada, além disso! E também vós próprios sois essa  

vontade de potência — e nada, além disso! 

Nietzsche alega a vontade de poder, como algo que parte do  próprio homem. A vontade não está contida no Estado, Religião ou no Governo, mas na motivação em querer se tornar um super-homem.  Sendo assim, investir na própria educação pode ser um caminho que  irá conduzir-nos a uma tomada de consciência para a realização de sonhos e colocarmos em prática uma arquitetura viável aos que  queiram se tornar homens lúcidos capazes de criticarem este mundo contemporâneo para alavancar mudanças de melhora na vida de cada  um. 

E você, como utiliza a filosofia no dia-a-dia? 

Todo o conhecimento implica em poder”. 

Friedrich Nietzsche.

Bibliografia

CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2001.

EMPIRISMO.  <Http://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/empirismo.htm> PEREZ, D. O. Kant e o problema da significação. Curitiba: Editora  Champagnat, 2008. 

FERNANDES, Marcos Sinésio Pereira e Moraes, Francisco José Dias.  Sobre a tradução. In: NIETZSCHE, Friedrich. Vontade de Poder. RJ:  Editora Contraponto, 2008. P. 15-20. 

KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é o Esclarecimento? http://br.geocities.com/eticaejustica/esclarecimento.

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