Psicoterapia

1. RESUMO  

A psicoterapia é uma grande aliada na saúde e existem vários tipos de abordagens que  poderão ser colocadas em prática no processo. Em alguns casos de pessoas com  transtornos psiquiátricos, a psicoterapia poderá ser um tratamento eficaz, baseada em  evidências científicas, segundo pesquisa bibliográfica desenvolvida em endereços  eletrônicos MedLine, PsychoINFO, Lilacs e Cochrane Data Bank.  

2. Palavras-chave. Transtorno psicológico; psicoterapia; tratamento.   

1. SUMMARY 

Psychotherapy is a great ally in health and there are several types of approaches that  can be put into practice in the process. In some cases of people with psychiatric  disorders, psychotherapy may be an effective treatment, based on scientific evidence, according to bibliographic research carried out on MedLine, PsychoINFO, Lilacs and  Cochrane Data Bank. 

2. Keywords. Psychological disorder; psychotherapy; treatment.   

3. Introdução  

A psicologia esteve ligada a filosofia até a década de 1870, quando passou a  caminhar como disciplina científica independente. A psicologia na aplicação dos  estudos experimentais começou em 1879, em Leipzing, Alemanhã, a partir do primeiro  laboratório desenvolvido pelo pesquisador Wilhelm Wundt, que se intitulou psicólogo.  Na atualidade é indiscutível a importância da psicoterapia em muitas situações.  

Existem várias modalidades de psicoterapia e as mais conhecidas são,  psicanálise, comportamental, breve, grupo, familiar, psicodinâmica, analítica,  cognitivo-comportamental, psicodrama, positiva, breve e de apoio. Todas elas visam o  foco, a saúde mental. Uma das propostas do psicoterapeuta é analisar a dinâmica dos  aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais em aspecto amplo, envolvendo a  história e o presente do paciente (STRUPP, 1978 apud CORDIOLI, 2008).  

Para o processo psicoterapêutico, torna-se primordial a importância em conhecer  o modelo de significado pessoal do cliente, que corresponde à forma como ele organiza  e dá sentido à sua experiência (Abreu e Roso, 2003; Neimeyer, 1996; Guidano, 1987,  1991; Damásio, 2001).  

A psicoterapia surge como facilitadora do processo dinâmico e contínuo  enquanto ajuda a pessoa em crise a flexibilizar os seus padrões individuais diante da  perturbação e do ruído, ou seja, é um instrumento de “ordenação” (Mahoney, 1998;  Guidano, 1987). Embora se saiba que, para se tornar psicoterapeuta, não basta ficar  munido de constructos teóricos, filosóficos e construir um currículo cheio de títulos  acadêmicos, é necessário mais do que isso, o autoconhecimento, solidariedade, empatia,  reciprocidade e calor humano que são peças fundamentais do dia a dia do terapeuta.  Para atuar nessa carreira profissional se faz necessário que o homem-sujeito tenha  conhecimento das suas próprias capacidades, livre de amarrações determinísticas que a  prenda ao passado ou futuro (ROGERS, C.R, 1970).  

O psicoterapeuta, munido das suas competências e habilidades, deverá conhecer  bem o seu cliente, com requintes de cordialidade, empatia e compreensão das suas  experiências existenciais. Entender como ele pensa diante dos processos situacionais e  da sua própria história, faz sentido para instrumentalização do terapeuta no set analítico.  Neste processo dinâmico e continuo e com a participação efetiva nas relações humanas  do cliente, oferece-lhe liberdade para poder expressar as suas inquietações, com calor  humano e de forma efetiva. Nota-se que alguns clientes, no anseio de expressar o seu mundo interior pelo comportamento verbal, muitas vezes não conseguem. Neste caso,  o psicoterapeuta deverá ficar atento a todos os movimentos corporais e expressões  simbólicas, principalmente quando este vive a somatização ou psicotização.

4. Algumas Modalidades Psicoterapêuticas  

4.1 Psicanálise: A Psicanálise surge como um modo de tratamento dos  desequilíbrios mentais e uma proposta teórica que tratar dos processos inconscientes da  mente humana. Teve origem na prática clínica com Josef Breuer, sendo Sigmund Freud  o responsável pela valorização e aperfeiçoamento da técnica (SCHULTZ; SCHULTZ,  2012; BRENNER, 1987).  

4.2. Comportamental: O principal objetivo de uma psicologia  comportamentalista da ciência seria identificar e descrever, por meio da análise  funcional, as múltiplas variáveis das quais o comportamento científico é função. Esse  objetivo aproxima uma psicologia científica analítico-comportamental de discussões em  filosofia da ciência que colocam em xeque a equivalência entre neutralidade e  objetividade científica. De acordo com essa concepção, o conhecimento científico seria  neutro, pois os critérios que pautam a produção e avaliação do conhecimento científico  seriam isentos de compromissos com qualquer perspectiva de valor particular  (Mariconda, 2006; Santos, 2000).  

4.3 Breve: Otto Rank deixou as suas contribuições no desenvolvimento da  Terapia Breve, onde o precursor do conceito de “motivação para mudança”, considerado  atualmente como um dos importantes critérios de indicação para tratamentos breves  (Oliveira, 1999, p.11). A Psicoterapia Breve é de curta duração comparada a outras  modalidades psicoterapêuticas como a psicodinâmica ou psicanálise. Trata-se de ajudar  a encarar os diversos conflitos predominantes que determinam variados quadros na  psicopatologia psicodinâmica. (Knobel, 1986). 

4.4 Grupo: A terapia de grupo é uma técnica que, através da interação entre os  participantes do grupo, busca intervir em pensamentos e comportamentos disfuncionais,  sendo papel do psicólogo atuar como mediador do processo, podendo, assim, ser um  meio de “atender mais pacientes em reduzido número de sessões, apresentando uma  melhor relação custo/benefício” (Lobo et al., 2012, p. 117).  

4.5 Familiar: A terapia familiar visa ajudar a família a alcançar relacionamentos  harmoniosos entre os seus membros. Eiguer (1984) postula que a família se compõem de membros que têm, em grupo, formas típicas de funcionamento psíquico inconsciente  que se diferenciam do funcionamento de cada membro. 

4.6 Analítica: A psicologia analítica possibilita compreender o indivíduo de  forma ampla e profunda, envolvendo não apenas as questões relacionadas com o  consciente, mas também despertando conteúdos, do inconsciente. Jung critica a  formação dos médicos da sua época, pois estão enclausurados e especializados apenas  em estudos anátomo-fisiológicos. (Jung, 1971, §297). 

4.7 Cognitivo-Comportamental: A Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC)  foi criada na década de 60, pelo psiquiatra Aaron Beck, a partir das insatisfações que  ele possuía com as teorias da época sobre a depressão. Beck começou a reparar que os  seus pacientes com depressão apresentavam pensamentos negativos e distorcidos sobre  si, sobre o mundo e sobre os outros (Aaron Beck, 2000). 

4.8 Psicodrama: Psicoterapia de grupo em que os pacientes escolhem os papéis  que vão desempenhar na dramatização de uma situação com forte carga emocional, o  que dá ao terapeuta a oportunidade de apreender os sintomas que afloram no  relacionamento entre os participantes. Segundo Moreno, o desempenho de papéis é  anterior ao surgimento do eu. Os papéis não emergem do eu; é o eu que emerge dos  papéis. (Moreno, 1997, p. 25). 

4.9 Positiva: Segundo Seligman (2002), a Psicologia deveria possibilitar muito  mais do que apenas reparar o que está errado, devendo identificar e fortalecer o que está  bom. A partir desse desequilíbrio, Seligman juntamente com Csikszentmihalyi iniciam  o movimento da Psicologia Positiva. A Psicoterapia Positiva baseia-se na ideia de que  as pessoas encontram a felicidade de várias formas, e ao trabalhar com a felicidade  inerente à vivência do presente e dos seus momentos, a ajuda a encontrá-la no seu dia a-dia, nos seus gestos e ocasiões, mesmo que relacionadas às dificuldades vividas.  4.10 Psicoterapia de apoio: caracterizada como uma modalidade de tratamento  na qual o terapeuta mantém um relacionamento terapêutico e uma aliança de trabalho  baseados na realidade, e o esclarecimento e auxílio na solução dos problemas  (CORDIOLI et al., 2008).  

Portanto, vimos que a psicoterapia consiste num método de tratamento por meio  do comportamento verbal. Existem diversas modalidades de psicoterapia na atualidade,  a intenção foi sensibilizar o leitor para esta realidade, apresentando as mais utilizadas  nas instituições e consultórios particulares que promovem a saúde mental. Cabe ao  interessado buscar compreender as características do modelo de psicoterapia e do psicoterapeuta, assim como se informar das bases epistemológicas utilizadas ao longo  do processo. 

5. Conclusões  

Abordar este tema é um desafio interessante. Pesquisas apresentam resultados  positivos de práticas psicoterapêuticas com pessoas com diversas dificuldades e outras  buscam a psicoterapia com objetivo de crescimento pessoal, baseado no desenvolvimento do seu potencial e sua autonomia. Como vimos, para cada paciente  existe uma demanda de psicoterapia mais adequada, cabe o profissional ajudar o  paciente escolher a que melhor se adequa ao seu perfil psicológico e comportamental.  

6. Referências 

1. ABREU, C; ROSO, M. Psicoterapias cognitivas e construtivista: novas fronteiras da  prática clínica. Porto Alegre: Artmed, 2003. 

2. BECK, A. T. & ALFORD, B. A. 2000. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto  Alegre: Artes Médicas. 

3. CORDIOLI, A. V. et al. Psicoterapia de apoio. In: CORDIOLI, A. V. (Org.).  Psicoterapias: abordagens atuais. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. Cap. 11, p. 188- 203.  

4. DAMÁSIO, A. O erro de Descartes Mem Martins: Publicações Europa-América,  2001.GUIDANO, V. The complexity of self: a developmental approach to  psychopathology and therapy New York: Guilford Press, 1987.  

5. EIGUER, A. La thérapie familiale psychanalitique. Paris: Dunod, 1984. Jung, C. (1971). A natureza da Psique. Petrópolis, Vozes. 

6. Lobo, B. O. M., Rigoli, M. M., Sbardelloto, G., Rinaldi, J., Argimon, I. L., &  Kristensen, C. H. (2012). Terapia cognitivo-comportamental em grupo para idosos com  sintomas de ansiedade e depressão. Resultados preliminares. Psicologia: Teoria e  Prática, 14(2),116–125.  

7. Mariconda, P. R. (2006). O controle da natureza e as origens da dicotomia entre fato  e valor. Scientiae Studia, 4(3), 453- 472. https://doi.org/10.1590/S1678- 31662006000300006 

8. Moreno, J.L. (1997). Psicodrama, Săo Paulo: Editora Cultrix.

9. Schwarz, K. A., & Pfister, R.: Scientific psychology in the 18th century: a historical  rediscovery. In: Perspectives on Psychological Science, n. º 11, p. 399-407. 

10. Seligman, M., & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive psychology: An  introduction. American Psychologist, 55, 5-14. 

11. Oliveira, I. T. (1999). Psicoterapia psicodinâmica breve. Dos precursores aos  modelos atuais. Psicologia: teoria e prática, v. 1, n. 2.  

12. Knobel, M. (1986). Psicoterapia Breve. São Paulo: EPU.  

13. ROGERS, C. (1986). Grupos de Encontro. Lisboa: Moraes Editores. (Obra original  publicada em 1970). 14. SCHULTZ, D., SCHULTZ, S.E. História da Psicologia Moderna. Suely Sonoe  Murai (trad.). Cengage Learning: São Paulo, 2012.