No último episódio de Superman & Lois, não há explosões grandiosas nem discursos heroicos sobre salvar o mundo. O que há é algo muito mais raro: verdade.

Clark Kent, o homem que passou a vida inteira salvando todos, finalmente entende por que tudo isso importava.

A série se despede com uma fala que não é só roteiro. É epitáfio. É testamento. É espelho.

Ela precisa ser ouvida inteira — sem cortes, sem filtros, sem pressa:

A segunda vez que morri foi muito diferente da primeira. Foi incrível. A sensação que tomou conta de mim nem consigo explicar. E de repente eu entendi que o que importa na vida é a alegria, a esperança, o perdão, os encantos, a amizade, a família, o amor. Eu cheguei nesse mundo sozinho, mas quando eu parti eu tinha tanta coisa e tudo por causa do amor. É isso que faz a vida valer a pena. Faça tudo o que puder para encontrar o amor, para dar amor, para lutar por ele. Porque a vida passa rápido demais.”

Silêncio.
Cortina.
Fim.

Clark Kent morre — e ao morrer, entende. Não entende o universo. Não entende o destino. Não entende Deus. Ele entende algo bem mais simples e, por isso mesmo, devastador: o que realmente importa na vida.

Alegria.
Esperança.
Perdão.
Encantos.
Amizade.
Família.
Amor.

Nada de glória. Nada de poder. Nada de “vencer”.
Só amor. E tudo o que nasce dele.

2026 começa agora — e não pede força, pede consciência

2026 não começa com fogos. Começa com cansaço.
O mundo está exausto. As pessoas estão exaustas. A alma coletiva está pedindo ar.

A gente passou anos (inclusive após a pandemia) tentando sobreviver, performar, provar, correr, produzir, opinar, se defender. Viramos especialistas em sobreviver… e analfabetos em viver.

E aí vem um detalhe cruel: a vida passa rápido demais.
Rápido demais para guardar rancor.
Rápido demais para adiar abraços.
Rápido demais para viver no automático.
Rápido demais para amar “quando der”.

O Superman entendeu isso morrendo.
A pergunta é: a gente precisa morrer para entender também?

O herói de 2026 não usa capa

O herói de 2026:

  • pede perdão antes que seja tarde;
  • perdoa mesmo sem aplauso;
  • escolhe o amor mesmo quando dá trabalho;
  • protege vínculos, não egos;
  • constrói pontes enquanto o mundo grita por muros.

Não é fraco.
É consciente.

Não é ingênuo.
É desperto.

Não é santo.
É humano — e isso já é revolucionário o suficiente.

Um pacto silencioso com o próximo ano

Se 2026 vai ser diferente, não será por política, tecnologia, futebol, gurus ou promessas vazias. Vai ser porque cada um decide, no seu microcosmo, lutar pelo amor.

Lutar por ele — como Clark disse — não no discurso bonito, mas:

  • no cotidiano difícil,
  • na convivência imperfeita,
  • na família quebrada,
  • na amizade negligenciada,
  • no outro que pensa diferente.

O amor não é romântico.
É trabalhoso.
É uma escolha diária.
E, às vezes, é um ato de coragem absurda.

Para fechar, sem metáfora nenhuma

Você chegou sozinho neste mundo.
Vai sair sozinho também.

Mas entre uma coisa e outra, dá para sair cheio:
cheio de histórias,
cheio de vínculos,
cheio de gente,
cheio de amor dado — mesmo quando não voltou.

Se até o Superman precisou morrer para aprender isso, talvez 2026 seja o nosso convite para aprender antes.

Sem capa.
Sem espetáculo.
Sem mais adiamentos.

Porque, no fim das contas, a vida vale a pena por uma razão simples — e nenhuma outra substitui: amor.

Desejo a Você um Próspero 2026.
Que seja um ano vivido com sentido e amor.

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Neemias Moretti Prudente é escritor, advogado, filósofo míscômico e editor-chefe do Factótum Cultural.

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