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por Adriano Nicolau da Silva
Estava muito cansado após o trabalho diário e sentei-me no banco de madeira da varanda e passei a observar um pássaro no galho da goiabeira que estava absolutamente só, cantando e saltitando de um lado para o outro. Logo percebi que o mesmo pegou um ramo de galho seco e voou até a ponta do telhado, acrescentado na confecção do ninho que está fazendo. Não sei como, mas, percebi estar feliz com o seu trabalho. Uma sensação de contentamento e paz interior acorreu em mim, ao perceber aquela dinâmica na natureza, uma perfeição.
Um pensamento surgiu em relação a pessoas que se entregam inteiramente para o trabalho com excelência, praticamente em todas as suas existências. É quase impossível apontar tantas pessoas que se destacam ajudando e transformando vidas na história humana com o trabalho.
E o pássaro continua cantando e trabalhando, galho vai, canto vem e o ninho está quase pronto. Num estalo surgiu outro pensamento de pessoas que estão em processo de recuperação de enfermidades e sonhando em voltar para o trabalho, seguindo com a missão de ajudar com a sua produção.
Outro pensamento surge quando me lembro da leitura sobre uma mulher diferenciada, dedicada, disciplinada e motivada. Essas são algumas palavras que ilustram o seu feito para a humanidade, deixando um legado que iria influenciar a vida de muita gente no mundo inteiro. Manya Salomee Sklodowska, nasceu no dia 07 de novembro de 1867, a sua mãe era pianista e o seu pai professor no colégio de física e química, aos dez anos perdeu a sua mãe. Com uma vida muito difícil, aos 16 anos começou a trabalhar como governanta para ajudar o seu pai e a sua irmã que fazia medicina e morava na França. Alguns anos após, conseguiu recursos financeiros para ajudar o seu pai, foi morar com a irmã e seguiu os seus sonhos de pesquisadora na faculdade de Sorbonne na cidade de Paris, Universidade da França. Com muito trabalho e estudo, em 1893 bacharelou se em física e em seguida matemática com louvores, em sequência veio o mestrado.
Com o passar dos anos conheceu o professor de Física Pierre Curie, com quem se casou em 1895, adotado o nome de Marie Curie e tiveram duas filhas, Éve e Irène.
Durante o seu trabalho de pesquisadora, enfrentou diversos desafios, preconceitos na sociedade, estudar e trabalhar com os homens. Marie, mulher emponderada e destemida, foi sempre perseverante com o seu propósito, desafiando todos os empecilhos com uma visão além do seu tempo. Fez valer a sua vontade de contribuir com o outro através da sua inteligência e desejo de trabalhar.
Deixou um legado maravilhoso com as suas descobertas, contribuindo com a vida do ser humano e isso aconteceu porque conseguiu contrariar a lógica de uma política comportamental que imperava na época. Mesmo com sacrifícios, dores, dançando, sofrendo, prevaleceu o desejo de ajudar como o seu trabalho para a humanidade, semelhante ao canto do pássaro ao construir o ninho para os seus filhotes, dando sequência à vida. Conseguiu enxergar no futuro a possibilidade de contribuir de maneira grandiosa com o sentido da existência. Parabéns Marei Curie! Viva as mulheres arquitetas do universo.
“Nada na vida deve ser temido, apenas compreendido. Agora é a hora de entender mais, para podermos temer menos”.
Maria Skłodowska-Curie
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Adriano Nicolau da Silva, Psicoterapeuta, Neuropsicopedagogo e Neuroeducador. Graduado em Psicologia e Filosofia. Especialista nas áreas de educação e clínica. Uberaba, MG. E-mail: adrins@terra.com.br. Colunista do Factótum Cultural.
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